Em entrevista à CDN, o presidente do Simers, Marcos Rovinski, apontou a importância do Governo do Estado olhar a relação do IPE Saúde com os médicos de maneira diferente.
O movimento ocorre após o término do prazo previsto para que o Governo Estadual apresentasse uma alternativa, sendo que um projeto ficou de ser discutido com as entidades médicas, a fim de ser encaminhado para a Assembleia Legislativa. A Casa Civil sinalizou à categoria a possibilidade de uma nova reunião com as entidades médicas na segunda semana de abril.
Crise no IPE
Conforme o Simers, a crise no IPE Saúde impacta em mais de 7 mil profissionais credenciados à instituição, o que representa cerca de 20% do total de médicos no Estado. Em uma assembleia no início de março, foram definidos por unanimidade o fim do congelamento de mais de uma década nos honorários pagos aos procedimentos médicos e hospitalares, descredenciamento e até mesmo, a possibilidade de suspensão de 60 dias no atendimento, caso as demandas não sejam atendidas. Da decisão em questão, participaram cerca de 250 médicos.Ao lado de entidades representativas como a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) e o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), o sindicato já se reuniu com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e parlamentares estaduais, na busca por uma solução, que precisa ser encaminhada no formato de projeto de lei à Assembleia Legislativa.
Neste processo, a valorização dos médicos também é defendida. De acordo com o presidente Marcos Rovinski, a principal reivindicação dos profissionais em assembleias feitas na região metropolitana e no interior se refere à defasagem da tabela de honorários.
– Há casos em que o valor pago ao médico por uma consulta a paciente internado é menor do que o ticket do estacionamento do hospital. Um auxílio cirúrgico pode pagar menos que uma entrada de cinema e um saco de pipocas. Falta dignidade – detalha o presidente da entidade.
Além disso, o presidente do Simers comenta que nunca foi apresentada contraproposta em relação aos honorários médicos. E desde 2011, os valores não são atualizados. – Está extremamente defasado. E é importante dizer, que não é uma ação contra os usuários do IPE, eles têm todo o direito de ter o atendimento. O médico que atende um paciente internado em um hospital hoje, recebe R$ 18, por dia. Estes valores não são compatíveis com quem quer dar um atendimento adequado. Tudo tem uma situação limite e é isso que está acontecendo agora.
Rovinski afirma que os próximos passos podem ser: o descredenciamento dos médicos, ou o licenciamento dos médicos. Muitos profissionais da área já se descredenciaram. Por fim, ele explica que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai ficar mais sobrecarregado, porque os usuários do IPE vão ir para o sistema de saúde pública.
No dia 15 de março, médicos de Santa Maria credenciados junto ao plano de saúde participaram de uma reunião extraordinária promovida pelo Simers. O encontro ocorreu em parceria com o Sindicato dos Médicos de Santa Maria (Sindomed) e contou com participações presenciais e virtuais na sede do Grupo Diário, no Bairro Camobi.
*com informações do Simers
Médicos credenciados ao IPE Saúde participam de reunião em Santa Maria